Ternura é como um fino véu de água que cai de um cachoeira, é a luz que passa entre as árvores e entra em nossas casas. É uma coleção que fala sobre a sutileza do amor terno.
Pelas lentes ternas de um amor interno, o autor Rubens Alves em seu livro Sobre O Tempo e a Eternidade, no conto A Ternura, traz a nós leitores, este conceito de amor que só se sente, não é sentimento de ação e sim sentimento manso, macio, e frágil.
No conto, o autor conta sobre uma tela, em que há uma mulher segurando uma vela. Ele discorre sobre a chama da vela, pintada e refletida no rosto da moça. Como essa é frágil a qualquer sopro, mas também forte, capaz de provocar um incêndio.
Ele declara que o quadro o faz sentir ternura, é como uma chama que é vulnerável ao sopro de alguém. A ternura não deseja nada. Ela só quer contemplar a cena, ela não deseja que eu perturbe a mansidão, pede que eu seja apenas olhos. O olhar terno deseja ser pintor, fotógrafo, eternizar o efêmero. Rubens Alves escreve: “ O olhar terno deseja que aquele momento seja eterno. Daí o seu cuidado, a voz baixa, a mão que tateia antes de ter, o mover-se lento para não quebrar a cena.”
Ternura almeja ser essa mansidão de amor que na verdade é uma extensão do olhar. Quer apenas vislumbrar aquela que a usa, quer ser a chama que apenas ilumina e abraça a cena. Contempla cada detalhe de sua natureza rica de minúcias delicadas.
A coleção pede licença poética à natureza para usar de seus signos para devolver a ternura e feminilidade a quem usa suas peças. Plumas, flores e pétalas emolduram a ternura da natureza de quem as usa.
“Quem tem a luz do amor não precisa da luz da vela.”